Foi preciso dar um desconto de nada menos que 71,49% para a In.Pacto se garantir como vencedora do principal lote — correspondente à assessoria de imprensa — no pregão do Ministério da Saúde. O valor estimado pelo órgão, de R$ 21,4 milhões, portanto, acabou caindo para R$ 6,1 milhões.
Na área de RP e comunicação corporativa, a legislação não protege as agências como ocorre em publicidade, onde as licitações levam em conta principalmente a capacidade técnica e a estrutura. O governo brasileiro força que aqui a briga seja predatória, com as empresas obrigadas a baixar os valores de seus serviços. A Abracom, entidade que representa o setor, até tentou impugnar a disputa pelo sistema de pregão. Mas, amparado pela legislação, o ministério recusou-se a aceitar os argumentos.
O Ministério da Saúde havia dividido a sua conta de RP em quatro lotes, sendo o chamado G1, de assessoria de imprensa, o mais vultoso. O lote G2, para monitoramento e análise de mídia, estimado em R$ 773 mil, conseguiu um desconto de 56,63% e — se nada mudar na fase de habilitação — ficará dividido entre InPress e Partners, com o valor de R$ 335 mil.
Outra área significativa é a digital, batizada de G3 no pregão. Ela teve 71,55% de desconto e caiu dos R$ 5,9 milhões originais para R$ 1,7 milhão. As vencedoras, que até o momento estão dividirão o pacote, foram OP Comunicação, In.Pacto, In Press e Apex.
E o último lote, o G4, para cuidar do media training, levou a KS, que deu 43,10% de desconto, deixando o custo original de R$ 122 mil por R$ 69,5. O que, definitivamente, é muito pouco. Já imaginaram o que penou quem teve que fazer o media training do ministro Pazuello?
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